Segundo Ulisses Araújo (2007) os
valores são construídos a partir da projeção de sentimentos positivos que o sujeito faz sobre
objetos, e/ou pessoas, e/ou relações, e/ou sobre si mesmo. Com isso, entende-se
que um sujeito pode projetar sentimentos positivos sobre: objetos (ex: a
escola); pessoas (ex: um amigo ou o pai); relações (ex: a forma carinhosa com
que um homem trata uma mulher, ou um professor a seus alunos); sobre si mesmo
(e aqui temos a base da auto-estima).
Poder-se-ia afirmar que os
valores definem-se como sendo entidades
de juízo; não existem na realidade, não são propriedades dos objetos,
são atribuídos às coisas por um
sujeito. Valor implica sempre uma relação de um sujeito com um objeto, ao qual este atribui um determinado
valor. Apresentam-se como entidades
ideais que representam a perfeição e o seu oposto. Na busca de
valores, o homem vai aperfeiçoando-se.
Os
valores são apresentados de modo hierárquicos.
Ordena-se em escalas que vão do menos para o mais. (Gosto mais, gosto menos,
gosto, não gosto). São variáveis de pessoa para pessoa. Cada pessoa constrói
sua escala de valores que influencia suas escolhas constituindo-se em uma
hierarquia. O que gosto mais o que gosto menos.
Por outro
lado, os valores podem ser negativos ou positivos. São polarizados. Aparecem
sempre com uma dupla face: positiva e negativa. A um polo positivo (por
exemplo: bonito) opõe-se sempre um polo negativo (no exemplo: feio).
Para que
exista um valor é necessário que exista um juízo. Existem juízos de fato e juízos de valor. Pelos juízos de fato
entendemos os que são descritivos ou de existência. Descrevem e informam acerca
da realidade concreta sem emitir preferências e apreciações. Podem ser
facilmente considerados verdadeiros ou falsos, conforme se adéquam ou não à
realidade, e podem ser objeto de verificação empírica. Isto é, em relação ao
juízo: "A árvore deu frutos", que é um juízo de fato, eu posso olhar
e verificar se é verdade ou não verdade.
Os juízos valorativos julgam fato e realidades em
função de preferências. Estes
juízos não são verificáveis empiricamente e não são, normalmente, alvo de
consensos. Podem ser de apreciação moral, estética, religiosa, vital, de utilidade,
entre outros.
Os valores são guias de ação, aquilo que “põe em movimento”
os comportamentos, as condutas das pessoas. Na nossa vida estamos sempre a
fazer juízos de valor e a guiarmo-nos por eles. Eles orientam a vida e marcam a
personalidade; uma pessoa define-se, diz quem é, em função dos valores que tem.
Os
valores orientam as nossas preferências; eu prefiro isto ou aquilo em função
dos valores que tenho. Por exemplo, se a igualdade de direitos é
um valor importante para mim, eu vou optar por não discriminar as pessoas pela
sua raça.
Por causa
dos valores as coisas se apresentam de forma diferenciada para as pessoas. Ou
seja, há coisas de que se gosta e não se gosta; há coisas que se admira e
coisas que não; outras que se respeita e outras que não se respeita. O que
gosto pode ser que não seja o que o outro gosta. O que respeito, pode ser o que
o outro não respeita.
É em
função desta perspectiva que os valores conferem sentido à vida pessoal e
social. Organizam a visão de mundo das pessoas e conferem a elas significado
para a existência.
Assim,
alguém poderia dizer: “Não vivo sem teu amor”. “Você é tudo para mim”. “Mãe, eu
te amo!”.
Atividade:
1 – Em uma folha, escreva cinco valores
que você considera positivos e negativos.
2 – O que são juízos de valor e juízos
de fato?
3 – Dê exemplos de juízos de fato
e juízos de valor.
4 - Em sua opinião, quais valores
são predominantes em nossa sociedade. Por que?
5 – Por que certos valores são
valores positivos para alguns e negativos para outros?
6 – Que valores são importantes
para a sociedade viver em paz? Justifique a resposta.
Um forte
abraço do Prof. Caetano.
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