Mito
Babilônico da Criação
No início havia somente o Caos, aquoso,
com Apsu e Tiamat, que representavam, as águas doces e salgadas.
Então o céu ainda não tinha nome
e a terra ainda não tinha nome... Foi então que esses príncipes começam a
se organizar e, do casal primitivo, nasceram Lahmu e sua companheira, Lahamu.
Desse casal, um pouco mais tarde, nasceram Mumu, depois Anshar e Quísar, isto é,
a totalidade do céu e da terra. Deles nasceram Anu, o deus dos céus, Enlil, o senhor do ar (que mais tarde se tornar
também senhor da terra) e Ea, o deus das águas; do abismo que cerca o mundo. Por briga
e bagunça, os três deuses nascidos, se tornam insuportáveis a Apsu e a Tiamat.
Os jovens deuses, advertidos, reagem;
Ea, graças a seu poder mágico, se torna senhor de Apsu, que ele condena à
morte, e de Mumu, que aprisiona. O furor de Tiamat não conhece limites; dá à
luz onze monstros terríveis que enfrentam seu inimigos; um desses monstros é
Quingu, que se torna seu esposo.
Entretanto, o tempo passa e nasce um
filho a Ea, Marduk.
Desde o nascimento, Marduk é um
prodígio: "O sábio dos sábios, o mais sábio dos deuses;
no seio do abismo nasceu Marduk; sua estatura era esplêndida, brilhante o
fulgor dos seus olhos; seu nascimento foi o de um macho, ele fecundou desde o
início... Tem quatro olhos e quatro orelhas..."
Durante os preparativos de Tiamat,
Marduk cresceu.
Os deuses declaram-se impotentes para
dominar Tiamat, inclusive Anu e Ea, cujos sortilégios haviam dominado Apsu.
Todos os deuses, então, salvo Tiamat e
o exército de Quingu, investem contra Tiamat. Reúnem-se, para organizar a
defesa, num banquete, onde bebem para ganhar coragem.
"O vinho suculento dissipa seus
temores, seu coração se dilata, falam em altas vozes..."
Propõem que Marduk se apresente como
campeão dos deuses; ele consente, mas, tão prudente como o pai, estabelece
condições; terá autoridade sobre os demais deuses e ninguém poderá ir ao
encontro das suas decisões.
Os deuses consentem e cada um lhe dá a
arma que fazia a sua força e, para lhe provar o poder, surge a prova da veste:
"Então os deuses puseram uma veste
no meio deles e
Marduk,
o primeiro nascido, disseram:
__Ordena
que seja destruído ou criado, e assim será feito.
Abra a boca e a veste será destruída.
Dá nova ordem e a veste se encontrará
intacta.
Marduk, então, falou e a veste foi
destruída.
“Falou de novo, e a veste se reformou.”
A seguir Marduk prepara suas armas: os
quatro ventos, o raio, o furacão; e o combate começa.
As armas mágicas de Tiamat não
funcionam a contento e Marduk lança sobre ela uma rede.
Tiamat abre a boca para vomitar chamas e Marduk
se aproveita para nela precipitar um dos quatro ventos e fura o corpo estufado
do monstro.
Sobre o cadáver de Tiamat, Marduk canta
um hino de vitória. Corta seu corpo em duas partes, como o corpo da ostra. E de
uma face faz o firmamento e de outra a terra.
No firmamento estabelece o domínio dos
deuses da primeira tríade. Quingu, que fora preso, cede as tabuinhas do destino,
que estavam com ele.
Depois Marduk propõe criar um ser que
se chamará "homem"; ele lhe imporá o serviço dos deuses
"enquanto estes repousam".
Mas a criação do homem exige sangue, e
Quingu é sacrificado.
Depois Marduk separa os deuses em dois
colégios.
Os deuses do céu e os do mundo
subterrâneo.
Reconhecidos, os deuses lhe oferecem o
Esagil (Templo da Babilônia) e cada um, dando
seu nome, lhe outorga um título.
Fonte:
http://www.astrologosastrologia.com.pt/mitos&mitologia=mitologia+babilonica.htm
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