domingo, 24 de março de 2013

Mito Babilônico da Criação


Mito Babilônico da Criação

      No início havia somente o Caos, aquoso, com Apsu e Tiamat, que repre­sentavam, as águas doces e salgadas.
     Então o céu ainda não tinha nome e a terra ainda não tinha nome... Foi então que esses príncipes começam a se organizar e, do casal primitivo, nasceram Lahmu e sua companheira, Lahamu. Desse casal, um pouco mais tarde, nasceram Mumu, de­pois Anshar e Quísar, isto é, a totalidade do céu e da terra. Deles nasceram  Anu, o deus dos céus, Enlil, o senhor do ar (que mais  tarde se tornar também senhor da terra) e Ea, o deus das águas; do abismo que cerca o mundo. Por briga e bagunça, os três deuses nascidos, se tornam insuportáveis a Apsu e a Tiamat.
       Os jovens deuses, advertidos, reagem; Ea, graças a seu poder mágico, se torna senhor de Apsu, que ele condena à morte, e de Mumu, que aprisiona. O furor de Tiamat não conhece limites; dá à luz onze monstros terríveis que enfrentam seu inimigos; um desses monstros é Quingu, que se torna seu esposo.
        Entretanto, o tempo passa e nasce um filho a Ea, Marduk.
       Desde o nascimento, Marduk é um prodígio: "O sábio dos sábios, o mais sábio dos deu­ses; no seio do abismo nasceu Marduk; sua estatura era esplên­dida, brilhante o fulgor dos seus olhos; seu nascimento foi o de um macho, ele fecundou desde o início... Tem quatro olhos e quatro orelhas..." 
Durante os preparativos de Tiamat, Marduk cresceu.
      Os deuses declaram-se impotentes para dominar Tiamat, inclusive Anu e Ea, cujos sortilégios haviam dominado Apsu.
       Todos os deuses, então, salvo Tiamat e o exército de Quingu, investem contra Tiamat. Reúnem-se, para organizar a defesa, num banquete, onde bebem para ganhar coragem. 
"O vinho suculento dissipa seus temores, seu coração se dilata, falam em altas vo­zes..." 
Propõem que Marduk se apresente como campeão dos deuses; ele consente, mas, tão prudente como o pai, estabelece condições; terá autoridade sobre os demais deuses e ninguém poderá ir ao encontro das suas decisões.
Os deuses consentem e cada um lhe dá a arma que fazia a sua força e, para lhe provar o poder, surge a prova da veste: 

            "Então os deuses puseram uma veste no meio deles e
             Marduk, o pri­meiro nascido, disseram:
             __Ordena que seja destruído ou criado, e assim será feito.
             Abra a boca e a veste será destruída.
             Dá nova ordem e a veste se encontrará intacta.
             Marduk, então, falou e a veste foi destruída.
             “Falou de novo, e a veste se reformou.”

       A seguir Marduk prepara suas armas: os quatro ventos, o raio, o furacão; e o combate começa.
       As armas mágicas de Tiamat não funcionam a contento e Marduk lança sobre ela uma rede.
     Tiamat abre a boca para vomitar chamas e Marduk se aproveita para nela precipitar um dos quatro ventos e fura o corpo estufado do monstro.
      Sobre o cadáver de Tiamat, Marduk canta um hino de vitória. Corta seu corpo em duas partes, como o corpo da ostra. E de uma face faz o firmamento e de outra a terra.
     No firmamento estabelece o domínio dos deuses da primeira tríade. Quingu, que fora preso, cede as tabuinhas do des­tino, que estavam com ele.
     Depois Marduk propõe criar um ser que se chamará "homem"; ele lhe imporá o serviço dos deuses "enquanto estes repousam".
       Mas a criação do homem exige sangue, e Quingu é sacrificado.
       Depois Marduk separa os deuses em dois colégios.
       Os deuses do céu e os do mundo subterrâneo.
     Reconhecidos, os deuses lhe oferecem o Esagil (Templo da Babilônia)  e cada um, dando seu nome, lhe outorga um título.


Adaptação e correção do texto: Prof Antonio Caetano Oliveira

Fonte:

http://www.astrologosastrologia.com.pt/mitos&mitologia=mitologia+babilonica.htm



Esagil ou Esagila  = templo da Babilônia.

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